Pintura, desenho, escultura, música nos bonecos do Giramundo

O Giramundo é um grupo fundado em 1970, em Belo Horizonte. Na década de 1950, o artista plástico Álvaro Apocalypse (1937-2003) tornou-se professor na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde conheceria sua futura mulher, Terezinha Veloso (1936-2003), também artista plástica e docente na instituição. Em 1970, os dois iniciaram uma parceria artística com a aluna Maria do Carmo Vivacqua Martins, a Madu, bolando apresentações cênicas informais para crianças, familiares e amigos. Dessas sessões surgiu a primeira produção do grupo: A Bela Adormecida.

Em atividade há mais de 40 anos, esse coletivo mineiro é referência no campo do teatro de bonecos ‒ tanto pela qualidade das suas produções quanto pelo grau de experimentação que elas trazem à cena. A mostra, no Itaú Cultural, conta com a curadoria de Beatriz Apocalypse, Marcos Malafaia, Ulisses Tavares e a equipe Itaú Cultural. Além de bonecos originais representativos de diversos momentos do grupo, a exposição  desvenda o processo de criação de personagens, passando pelo desenho, pela construção, pelo figurino e pela pintura. Malafaia destaca a importância do desenho para a Companhia. “O Giramundo é um grupo que desenha. O espetáculo todo é visto anteriormente em um desenho”, conta.

Durante o período da mostra, às quintas e sextas-feiras um artista instala sua oficina no espaço expositivo e o público pode assistir à concepção e ao nascimento de uma marionete. “No teatro de bonecos existe uma confluência muito grande de todas as belas-artes. A gente pinta, esculpe, interpreta, canta e o boneco está no meio disso. Ele é a mídia. Nós trabalhamos com ele para nos expressarmos em todas as formas”, conta Tavares.

Um boneco, no entanto, só revela todo seu poder e sua magia inserido em sua história, em seu contexto, ganhando vida durante a encenação. “Para ser um bom marionetista é necessário observar, observar muito a vida e a natureza para que seja possível reproduzirmos movimentos e expressões em cena”, completa Beatriz Apocalypse. Por isso, aos sábados e domingos, o local vira palco para a apresentação de trechos de diferentes espetáculos do grupo.

Feitas para serem manuseadas de diferentes maneiras – por meio de fios, varas, luvas… –, as criaturas desenhadas, modeladas, pintadas e vestidas pelo Giramundo já estrelaram 34 espetáculos, também eles bastante diversos: de peças baseadas em contos de fadas ou lendas da cultura popular brasileira a óperas e apresentações multimídia.

Veja os desenhos, os modelos, as marionetes na exposição, e participe dos eventos paralelos.
http://sites.itaucultural.org.br/ocupacao/#!/pt/artistas/

Serviço:
Ocupação Giramundo
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149
até 11 de janeiro de 2015
terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30] sábado, domingo e feriado 11h às 20h
Piso Térreo [livre para todos os públicos] a 2 quarteirões do metrô Brigadeiro