Quantos rios existem em São Paulo? Quais você sabe nomear? Como nossos rios se transformaram no que são hoje?
As inquietações acima foram o ponto de partida para o Projeto Pirajussara, iniciativa interdisciplinar (Biologia, Geografia, Química e História da Arte), para estudar a hidrografia da cidade em que vivemos. As turmas dos 1os EM, respondendo ao questionário inicial, se deram conta de que pouco sabem sobre o passado e o presente dos rios que tanto cruzamos em São Paulo, mas que só nos aparecem como inoportunos, muitas vezes. Assim, organizou-se uma breve saída a campo, com caminhada e pesquisa.
O campo, então, virou parte do projeto para conhecermos trechos da bacia hidrográfica do rio Pirajussara, na Zona Oeste de São Paulo, (onde o Ítaca e casas de muitos alunos se situam): elaboramos um perfil topográfico da bacia, a partir de imagens de satélite e cartas topográficas, para, em seguida, produzir maquetes de trechos da região, alguns dos quais visitamos em campo depois. Por fim, na saída a campo, coletas de água e registros diversos, materiais que serviram para análise posterior.
Iniciamos a caminhada de pouco mais de 3 horas na foz do Pirajussara, dentro da Cidade Universitária (USP), em direção ao Ítaca, na avenida Pirajussara, acompanhando o percurso desse rio principal da bacia, com pequeno desvio na praça dos Lagos (Vila Sônia) e no parque Chácara do Jockey. Foram feitas coletas em 6 paradas, possibilitando-se uma análise comparativa da qualidade da água em diferentes pontos do Pirajussara e afluentes.
Além da percepção do Pirajussara, com seus cheiros e imagens, bem como do entorno da bacia e dos bairros próximos, pôde-se realizar uma atividade pouco comum entre muitos adolescentes, no dias de hoje: caminhar a pé por São Paulo, observando cenas esperadas (trânsito, poluição do rio e do ar…) e inesperadas (um pé de tomate carregado, à margem do rio…).
Certamente essa cidade e essas águas tão cotidianas e tão invisíveis no dia a dia aproximaram-se desses alunos e conseguiram se tornar presentes.