Agroglifo, como diz a palavra, é uma inscrição no campo (grego agrós, campo + grego glifo, signo gravado).
Chamam-se agroglifos as formações, geralmente muito grandes, criadas por meio do achatamento cuidadosamente projetado de uma cultura agrícola, como cereais, cana, ou capim.
Todos os anos, centenas desses desenhos aparecem em diversos países do mundo, em mais de 30 países diferentes, sendo a maioria no sul da Inglaterra.
A maior parte tem forma circular e muitas se parecem com mandalas. Ufólogos acreditam que são feitas por seres extraterrestres, enquanto que cientistas afirmam que são feitos pelo homem e que, em raras exceções, podem ter sido feitos por fenômenos naturais ou meteorológicos.
O que causou maior mistério é que os agroglifos geralmente apareceram de manhã cedo, ou seja, foram feitos durante a noite. O fenômeno começou a ser registrado na Inglaterra, onde existe a maior parte dos casos, e as formas aparecem perto das estradas, em áreas de fácil acesso,tornando mais provável que tenham sido feitos pelo homem. Vestígios arqueológicos podem causar marcas em campos com formas de círculos e quadrados, mas eles não aparecem durante a noite e estão sempre nos mesmos lugares todos os anos, diferentemente desses agroglifos.
Há relatos muito antigos, já no século 17, sobre desenhos nas plantações, e atribuía-se esse fenômeno a forças do mal. Mas, a maioria dos relatos de círculos nas plantações apareceu e se popularizou mesmo a partir do final da década de 1970.
Nessa época, dois artistas brincalhões, Doug Bower e Dave Chorley, disseram ter criado os “crop circules”, como eles chamaram essas inscrições nas plantações, inspirados em um caso australiano ocorrido em 1958, quando um círculo misterioso apareceu em um pântano. O motorista de um trator disse ter visto decolar um disco voador, que logo formou um redemoinho na grama. No dia seguinte, os jornais especularam que a marca tinha sido causada pela aterrissagem de uma nave extraterrestre. “O que aconteceria aqui se nós fizéssemos um desses círculos?”, brincou Doug. “As pessoas pensariam que um disco voador pousou”, Dave respondeu. Eles, então, usaram um cano de PVC para achatar as plantas, além de um par de escadas de alumínio e uma tábua, que usaram como ponte temporária, para que pudessem andar pelo campo cultivado sem deixar rastros das pegadas.
Muito depois, em 1991, após a declaração de Bower e Chorley de que eram responsáveis por muitos dos desenhos, os círculos começaram a aparecer em todo o mundo. Estima-se que cerca de 10 mil círculos em plantações têm sido relatados em vários países, como em regiões da antiga União Soviética, Reino Unido, Japão, Estados Unidos e Canadá. Os céticos observam uma correlação entre os círculos nas plantações, a intensa cobertura da mídia e a ausência de cercas e/ou legislação anti-invasões.
Em 1992, os húngaros Gábor Takács e Róbert Dallos, de 17 anos, alunos de uma escola secundária na Hungria especializada em agricultura, criaram um agrolifo de 36 metros de diâmetro em um campo de trigo perto de Székesfehérvár. Em 3 de setembro, a dupla apareceu na TV húngara e expôs que o círculo era uma brincadeira, mostrando fotos do campo antes e depois de a formação ter sido feita. A dona da propriedade, então, processou os jovens por danos.
A partir dos anos 2000, o número e a complexidade das formações em plantações aumentaram, alguns com até duas mil diferentes formas e que incorporam algumas características matemáticas e científicas complexas.
O grupo Circlemakers, nascido em 1995, formado por John Lundberg, Geoff Gilberto e Rod Dickinson, começou a espalhar círculos em plantações pelo mundo como forma de expressão artística e como prova de que os “crop circules”, ou agroglifos, são sim uma obra humana. Esse coletivo ainda está em atividade e, além da militância artística e ambiental, produz obras de agroglifos sob encomenda para empresas. Seu site é bem interessante e vale uma visita.
No Brasil, há relatos de agroglifos em plantações de trigo do Sul do país desde 2008, especialmente no interior de Santa Catarina, no município de Ipuaçu e, apesar das evidências históricas em relação à construção humana dessas formações, ainda assim são alvo de explicações místicas.
Referências:
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI345188-18580,00-AGROGLIFOS+DE+SANTA+CATARINA+CIRCULOS+EM+PLANTACOES+AINDA+NAO+SAO+ASSUNTO+S.html
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/voce-sabe-o-que-sao-agroglifos/n1237640585135.html
http://www.circlemakers.org
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADrculos_nas_plantações
http://pt.slideshare.net/LCDias/agroglifos-6493959
http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/2215/doug-dave-fabricantes-de-crculos
http://shop.lucypringle.co.uk