A estudante paquistanesa Malala Yousafzai tornou-se no último dia 10 de outubro a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Aos 17 anos, Malala foi premiada em função de sua luta pelo direito das mulheres à educação, no Paquistão dominado pelo regime talibã. Ela dividiu o prêmio com Kallash Sartyarthi, de 60 anos, ativista dos direitos das crianças, na Índia.
Malala Yousafzai era uma menina de 15 anos, quando ganhou a simpatia do mundo, após sobreviver a um atentado dos talebans, por defender os direitos de as mulheres estudarem, no seu país: em 9 de outubro de 2012, sob alegação de que ela “promovia a cultura ocidental em áreas pashtuns”, membros do grupo fundamentalista Taleban atacaram o ônibus escolar onde Malala estava e a atingiram gravemente, com tiros na cabeça.
Logo após o ataque, Malala foi levada de helicóptero para um hospital militar em Peshawar, capital do Paquistão. Em seguida, foi transferida para Londres, onde finalizou o tratamento. Ainda perseguida no Paquistão (foi jurada de morte, pelo mesmo grupo), vive com sua família em Birmingham, Inglaterra. Hoje é uma bem-articulada ativista internacional pelo direito à educação das meninas e contra o fundamentalismo religioso. Isso sempre incentivada pelo pai, o professor paquistanês Ziauddin Yousafzai, que cedo descobriu o gosto da filha pelos estudos em áreas como literatura e humanidades. Ele próprioera dono de uma escola mista, fechada em 2010, quando o vale do Swat foi ocupado pelo Taleban.
No mundo todo, 32 milhões de meninas estão fora da escola, por alguns motivos: a concepção cultural em alguns lugares sobre o papel da mulher na família (prega-se que a mulher deve apenas cuidar da casa e da família), a falta de segurança no caminho à escola (principalmente em áreas de conflito ou onde as mulheres são mais vulneráveis) e preconceitos dentro da escola mesmo, em países onde a mulher é mais discriminada. Só no Paquistão, 3,2 milhões de garotas estão fora das escolas” (dados da KidsRights).
Em 2012, Malala recebeu o Prêmio Internacional da Paz das Crianças, em Haia, premiação da organização humanitária KidsRights; criou o Fundo Malala com a doação de US$ 200 milhões feita pelo Banco Mundial para apoiar a educação das meninas no mundo e, no último dia 10 de outubro, foi a mais jovem agraciada com o Prêmio Sakharov de Liberdade de Expressão, do Parlamento Europeu, o mais importante prêmio de direitos humanos da União Europeia. Além disso, foi a pessoa mais jovem do mundo indicada ao Prêmio Nobel da Paz 2013, concedido à Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq).
No Brasil, seu livro Eu sou Malala, escrito com a jornalista Christina Lamb, foi publicado pela Companhia das Letras. No prólogo “O dia em que meu mundo mudou”, ela diz: “Venho de um país criado à meia-noite. Quando quase morri, era meio-dia.Há um ano saí de casa para ir à escola e nunca mais voltei. Levei um tiro de um dos homens do Taleban e mergulhei no inconsciente do Paquistão. Algumas pessoas dizem que não porei mais os pés em meu país, mas acredito firmemente que retornarei. Ser arrancada de uma nação que se ama é algo que não se deseja a ninguém”.
Malaia desejava ser médica, agora quer ser primeira-ministra do Paquistão.
Referências:
http://www.blogdacompanhia.com.br/2014/10/malala-yousafzai-ganha-o-premio-nobel-da-paz/
http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=5511&id_coluna=20
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/10/malala-vence-nobel-da-paz.html
http://noticias.r7.com/blogs/querido-leitor/malala-a-garota-paquistanesa-que-foi-atacada-pelo-taleba-porque-queria-estudar-ganha-o-premio-nobel-da-paz/2014/10/10/
http://www.thesundaytimes.co.uk/sto/news/uk_news/National/article1323995.ece