No Brasil e em vários países do mundo, o 1º de maio é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios. Mas como isso começou?
Nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos, no final do século XVIII e durante o século XIX, salários baixos associados a jornadas de trabalho de até 17 horas eram comuns. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Para se protegerem em momentos difíceis, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxílio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.
Com essas primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando maiores salários e redução da jornada de trabalho. No dia 1º de maio de de 1886, na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos), milhares de trabalhadores organizados foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas e exigir a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias.
No mesmo dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e, até mesmo, mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes, fato que gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes.
Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho.
Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical chamada Segunda Internacional instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores organizados, para, assim, lutar pelas 8 horas de trabalho diário. Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional.
Após a França estabelecer o Dia do Trabalho, a Rússia foi o primeiro país a adotar a data comemorativa, em 1920. Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que essa data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes.
Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas (1930-1945), as principais medidas de benefício ao trabalhador passaram a ser anunciadas nessa data. Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos deles, mas curiosamente não nos EUA, país onde sucederam os acontecimentos que o inspiraram.
Como é uma data comemorativa usada para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história, muitos alegam que não deveria chamar-se Dia do Trabalho e sim Dia do Trabalhador.
Fatos importantes relacionados ao 1º de maio no Brasil:
•Em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo, que deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer)
• Em 1º de maio de 1941, foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas especificamente às relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.
Referências:
http://www.vermelho.org.br/1demaio/noticia.php?id_noticia=152845&id_secao=292
http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_do_trabalho.htm
http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-do-trabalho.htm
Bibliografia indicada:
• Os sentidos do trabalho
Autor: Antunes, Ricardo
Editora: Boitempo
• Da divisão do trabalho social
Autor: Durkheim, Émile
Editora: WMF Martins Fontes