(Re)conhecendo o outro
Fala-se muito em diversidade, hoje!
Mas é preciso abrir de verdade os olhos, os ouvidos e o coração para esse universo tão belamente variado de povos, dentre os quais também figuramos nós todos, com as histórias, hábitos, línguas, tradições, alimentação, cores da pele, tipos de cabelo, origens…Aí sim não ficaremos só no discurso.
No caso do Brasil, entre tantos outros, é essencial conhecer os povos originários, os muitos povos indígenas que aqui habitaram e habitam.
E, então, com as turmas do 1º ano EF1, vieram os vários projetos, em especial, (re)conhecendo os inúmeros reflexos dessas culturas no nosso cotidiano e na vida em sociedade: suas habitações, alimentação, relação com a natureza, grafismos e outras artes…
E fez-se uma celebração
Foram muitas descobertas, muitos encantamentos e surpresas, por meio de histórias, pesquisas, leituras conversas em roda… E celebraram essas suas investigações, organizando um lanche coletivo inspirado na influência indígena em nossa alimentação.
Com a parceria e capricho de todas as famílias e crianças, uma variedade de alimentos (aliás, tão comuns em nossas mesas hoje, como valiosa herança): milho cozido, tapioca, batata-doce, banana, açaí, amendoim, suco de cupuaçu, entre outras delícias, reflexos das muitas raízes de nossa história.
E outros tipos de alimento…
Mais uma importante convivência: uma boa conversa com os convidados Eduardo Ugisé Kalapalo – pedagogo intercultural indígena kalapalo – e Verônica Monachini – antropóloga e pedagoga paulista – permitiu às crianças perceberem o modo de vida dos Kalapalo.
E conheceram também os grafismos e seus significados para esse povo, até mesmo experimentando fazer alguns em papel. No final do encontro, Ugisé contou para a turma uma incrível história de onça pintada de que as crianças da sua aldeia gostam muito.
Alimentos, presenças, desenhos e histórias nutrindo a trajetória de nossos pequenos estudantes, leitores de mundo a construir sentido para a palavra cidadania.
Um pequeno passo de grande importância.
Para a história, nada demora.
(Trecho extraído de um relato de Awünaru Odete, do povo Aruá)