Dentre 80 inscritos, duas brasileiras de 19 anos foram selecionadas pela qualidade de seus trabalhos, em um programa que incentiva projetos inovadores de empreendedorismo social promovido por alunos da Universidade Harvard, EUA.Chamado de Village to Raise a Child (Vila por Trás do Jovem), o evento, realizado pela primeira vez por um grupo de alunos, ex-alunos e professores de Harvard, tem o objetivo de tornar conhecidas ideias que impactem a comunidade em que seus autores vivem.
Novo método de diagnóstico da endometriose
Uma das premiadas é Georgia Gabriela da Silva Sampaio, de Feira de Santana (BA), que pesquisa a criação de um método menos invasivo e mais econômico, por meio de exame de sangue, para diagnosticar a endometriose, doença que acomete as mulheres. Pesquisando o assunto há três anos, depois que sua tia foi diagnosticada e teve de extrair o útero,Georgia pensou que poderia herdar essa patologia, hipótese que até o momento está descartada Georgia lembra: “Fiquei pensando no contexto social e econômico e em como as pessoas são privadas de ter um diagnóstico e se tratar. Desenvolvi um método de diagnóstico que pode ser feito através de marcadores biológicos que, depois, vai ser adaptado para um exame de sangue”. Segundo ela, cientificamente não é uma ideia inédita, porém os pesquisadores “nunca foram adiante para trazer para a realidade.”
Georgia lembra que tanto o diagnóstico da endometriose, inicialmente feito por exame de ultrassonografia, como o tratamento, que até prevê uma indicação cirúrgica, são muito restritos. “Esse olhar é voltado para minha comunidade, me senti incomodada com a possibilidade de muitas mulheres nem conseguirem ser diagnosticadas. Quero dar continuidade à minha pesquisa com ajuda de um orientador.” Ela concluiu o ensino médio em 2013 no ano passado e, neste ano, vai disputar uma vaga em uma universidade americana.
Esponja para absorver óleo
A segunda outra brasileira vencedora é a estudante do ensino técnico em Química, Raíssa Müller, de Novo Hamburgo (RS), que criou uma espécie de esponja que repele água e absorve óleo, podendo e poderia, por exemplo, ser utilizada em acidentes com derramamento de óleo no mar. “É um filtro que funciona com criptomelano, um mineral pouco conhecidoque tem como propriedade ser poroso. No primeiro processo aumentei a tamanho dos poros e, no segundo, fiz uma cobertura de silicone para repelir água e absorver óleo.”
Nenhuma substância química tem esse poder, segundo Raíssa, que lembra que a palha de milho também é usada para essefim, mas depois precisa ser queimada. “Ao utilizar o filtro, o óleo pode ser absorvido e recuperado depois, para que seja revendido, e o filtro pode ser reutilizado.”
A estudante pretende testar o produto em uma escala maior para verificar sua aplicabilidade. “Ser selecionada no prêmio foi muito bom, é um reconhecimento para mim, para minha região. Quero expor minha ideia e minha pesquisa.”
Raíssa conclui o ensino técnico em 2015, e pretende, em seguida, disputar uma vaga em uma universidade americana.
Como prêmio, as duas vão poder participar, no início de novembro, de uma conferência no campus da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, para expor seus projetos para investidores do mundo todo.
As brasileiras, assim como os outros três participantes selecionados, vindos do Sri Lanka, Nepal e Filipinas, que foram selecionados no concurso, estão com uma campanha na internet para arrecadar fundos para os projetos. Para ter acesso aos vídeos que explicam as ideias e fazer as doações, acesse o link www.crowdrise.com/villagetoraiseachildprojects/fundraiser/
saiba mais:
http://noticias.r7.com/economia/brasileiras-vencem-concurso-em-harvard-30102014
http://blogs.estadao.com.br/start/estudantes-brasileiras-vencem-concurso-de-inovacao-de-harvard/
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/10/alunas-brasileiras-vencem-concurso-de-ideias-inovadoras-de-harvard.html