Do Macaco ao Homem: exposição registra evolução humana

Os 7 milhões de anos que marcaram a trajetória evolutiva da humanidade estão reeditados na nova exposição permanente Do Macaco ao Homem, no espaço Catavento Cultural, em São Paulo. A mostra exibe  a evolução da espécie humana por meio de réplicas fiéis de ossadas, ferramentas, artefatos de pedra lascada e objetos do cotidiano dos nossos ancestrais.

O grande objetivo desse projeto é tornar disponível um extenso acervo de réplicas arqueológicas e transformá-lo em um museu de história natural na cidade de São Paulo, inexistente até então na capital. A exposição, que levou 7 anos de elaboração, foi concebida a partir do projeto do arqueólogo e antropólogo físico Walter Neves, coordenador do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos, do Instituto de Biociências (IB) da USP.

O laboratório, que se dedica ao estudo da evolução humana, já colecionava peças há 20 anos, por meiode compras e de trocas com outras instituições, constituindo a maior coleção evolutiva da América Latina. “Nas últimas três ou quatro décadas, foram encontrados muitos fósseis de hominídeos na África e em outras partes do Velho Mundo”, e “o principal objetivo da exposição é mostrar que os conhecimentos sobre o processo que levou ao surgimento dos hominídeos e do homem moderno já estão bastante avançados. Agora podemos caracterizar, com um elevado grau de certeza, os principais passos de nossa linhagem evolutiva”, afirma Neves. “Sempre foi um sonho compartilhar o acervo com a sociedade”, ressalta Neves.

No Catavento Cultural, que se interessou prontamente pelo projeto, Do macaco ao homem inaugura um novo espaço didático no interior do Palácio das Indústrias, o prédio histórico da instituição: as arcadas no subsolo, que dão criam um clima de exploração, como se os visitantes participassem de uma verdadeira expedição arqueológica.

Uma das coisas mais impressionantes da exposição exibição é a quantidade e a qualidade das réplicas de esqueletos de hominídeos e de grandes símios – ao lado de uma ossada completa de Homo Sapiens, há outra, de chimpanzé, e uma terceira, de gorila, nossos parentes mais próximos na ordem dos primatas –além de artefatos de pedra lascada e de osso, cunhados pelo homem moderno e seus antepassados. “Noventa por cento das réplicas foram feitas a partir de peças da nossa coleção que está na USP”, comenta Neves. As cópias de Lucy (famoso fóssil de Australopithecus afarensis ) e dos macacos vieram dos Estados Unidos. Há também reproduções das representações artísticas feitas pelo homem moderno durante o que Neves denomina a “explosão criativa do Paleolítico Superior”, por volta de 45 mil anos atrás. Para ilustrar esse momento-chave da evolução humana, foram destacadas cópias de trechos de famosas pinturas rupestres, como os murais das grutas de Lascaux e Chauvet, na França, e de Altamira, na Espanha.

Como se disse, para a exposição, réplicas em resina foram feitas a partir das de outras já existentes na USP, a fim de se conservarem as peças estas últimas, que são usadas para pesquisas do Laboratório da Universidade.

SERVIÇO
Catavento
Palácio das Indústrias (antiga sede da Prefeitura), Parque D. Pedro.
mapa: http://www.cataventocultural.org.br/mapas

De terça a domingo, das 9h às 16h, com permanência até 17h. Entrada: R$ 6,00 / Meia entrada: grátis Estacionamento até 4h: R$ 10,00,com adicional por hora: R$ 2,00.

Acesso para pessoas com deficiência motora

Referências

http://www.cataventocultural.org.br
http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/01/13/macaco-ao-homem/
http://www5.usp.br/40238/do-macaco-ao-homem-exposicao-do-catavento-registra-evolucao-da-especie-humana/=