ENERGIA DAS ONDAS DO MAR

A busca por alternativas energéticas que causem menos impactos ao meio-ambiente passou a fazer parte do planejamento estratégico das nações, e o aproveitamento do potencial energético dos oceanos representa hoje uma possibilidade promissora para produzir energia limpa. Marés, ondas e correntes marinhas são recursos renováveis, cujo aproveitamento para a geração de eletricidade registra significativos avanços tecnológicos e apresenta vantagens, em termos de acessibilidade, disponibilidade e aceitabilidade, que vêm sendo propagadas pelo Conselho Mundial de Energia (2000) para o desenvolvimento de alternativas energéticas.

As chamadas “usinas de ondas”, por exemplo, aparecem experimentalmente em alguns países como Japão, Austrália, Escócia, Portugal e inclusive Brasil, buscando alternativas viáveis para a crescente demanda de energia elétrica.

Estimativas recentes indicam que a energia contida nas ondas do mar é de cerca de 10 TW (1 Terawatt = 1000 Gigawatt), equivalente a todo o consumo de eletricidade do planeta. Há, no entanto, restrições quanto ao uso de grandes áreas dos oceanos, para não prejudicar as rotas de navegação, regiões turísticas e de lazer, além dos custos ainda serem altos e haver necessidade de desenvolvimento tecnológico. Ainda assim, é significativa a quantidade de energia dos oceanos a ser convertida em eletricidade. O percentual de 10% de aproveitamento do potencial energético total das ondas, considerado realístico para as próximas décadas, representaria acréscimo da ordem de 1000 GW na matriz energética mundial.

A primeira patente sobre energia das ondas que se tem notícia, foi concedida a um senhor parisiense chamado Girard, e seu filho, no ano de 1899. A energia produzida era empregada diretamente no acionamento de bombas, serras, moinhos e outros mecanismos pesados. Em todo o mundo, mais de 1500 (um mil e quinhentas) patentes já foram registradas sobre este tema, particularmente, nos Estados Unidos e Europa.

Na invenção nacional, as oscilações do mar movimentam bombas hidráulicas, impulsionando a água de um reservatório também para girar uma turbina. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) implantaram os primeiros módulos de uma usina desse tipo no Porto de Pecém, no Ceará, em 2012. “Nessa região, as ondas são mais regulares, facilitando a geração de energia”, diz o engenheiro Eliab Ricarte, da UFRJ. O mar de nossa costa poderia gerar cerca de 30 gigawatts, 10% da demanda de energia do país.

Localizada no quebra-mar do Porto de Pecém, a 60km de Fortaleza, a usina de ondas do Pecém foi a primeira na América Latina responsável pela geração de energia elétrica por meio do movimento das ondas do mar. O projeto durou pouco: foi interrompido depois de um par de anos por falta de recursos. Com tecnologia 100% nacional, o projeto dos pesquisadores da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi financiado pela Tractebel Energia, dentro do programa de P&D da Aneel, e contou com apoio do Governo do Estado do Ceará. Segundo o Diário do Nordeste, em 30/09/2014, a usina estava abandonada já havia um ano, pelo fim do contrato com a Tractebel Energia, e falta de recursos. Foram investidos 15 milhões de reais.

Além de necessitar de alterações tecnológicas, obras e mudanças no Porto auxiliaram o abandono do projeto, que se for retomado ficará em outro local. O presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni Torres, reafirmou o interesse em uma retomada: “Aproveitamos toda a estrutura criada para o desenvolvimento do petróleo e do pré-sal para criar esta tecnologia, mas temos consciência dos problemas, pois agora precisaremos de no mínimo R$ 280 milhões, para torná-la comercial.”

De acordo com Paulo Roberto da Costa, um dos pesquisadores do projeto, a grande vantagem da usina de ondas é a produção de energia renovável, sem danos ao meio ambiente. Além disso, o Brasil apresenta condições favoráveis para desenvolver tais tecnologias, como o fato de possuir uma costa extensa (cerca de 8,5 mil km) e grande parte de sua população morando em regiões litorâneas.

Funcionamento
Os custos de uma usina de ondas ainda são maiores que os das hidrelétricas, mas tendem a se reduzir com o desenvolvimento e aprimoramento progressivo da tecnologia.

Vantagens
É uma energia renovável;
Não produz qualquer tipo de poluição;
Estão menos dependentes das condições da costa.

Desvantagens
Instalações de potência reduzida;
Requer uma geometria da costa especial e com ondas de grande amplitude; Impossibilita a navegação (na maior parte dos casos); A deterioração dos materiais pela exposição à água salgada do mar

Referências
http://www.planeta.coppe.ufrj.br/artigo.php?artigo=833
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-gerar-energia-a-partir-das-ondas-do-mar
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/usina-de-ondas-do-pecem-esta-abandonada-1.1112312
http://www.crescernaengenharia.com/engenharia/geracao-de-energia-eletrica-pelas-ondas-do-mar/
http://www.fenatema.org.br/noticia/primeira-usina-de-ondas-da-america-latina-ja-gera-energia-no-ceara/5162
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/as+alternativas+da+energia/n1237597605585.html
http://milenar.org/category/1-parte-primeira/5-secao-quinta/3-energias-renovaveis/energia-das-mares/
http://oglobo.globo.com/economia/pais-corre-para-nao-perder-onda-da-energia-maritima-14070721
http://www.oceanica.ufrj.br/intranet/teses/2004_mestrado_paulo_roberto_da_costa.pdf