“Las calaveras” e tudo o mais…

Em todas as culturas, o homem sempre teve a necessidade de buscar e explicar o mistério da vida e da morte. Muitas delas criaram rituais para dar sentido à existência humana e reverenciar as forças da natureza.

De onde venho? Para onde vou? Existe vida depois da morte? Se sim, que tipo de vida? Estas são algumas perguntas feitas por muitas culturas, tentando compreender e explicar a nossa existência.

Para os povos indígenas do México, assim como para alguns outros, a morte era considerada passagem para uma nova vida. Por esse motivo, as pessoas eram enterradas com seus objetos pessoais, acreditando-se que poderiam necessitar deles em suas novas vidas.

Assim, o ritual dos mortos tinha grande  importância e até hoje sobrevive, mesmo após a intense aculturação espanhola: com origem nas culturas indígenas da América Central, como Asteca, Maia, Purepecha, Nahua e Totonaca (cerca de 3.000 anos atrás), o Día de Muertos (dia dos mortos) vem sendo celebrado no México e em outros países latinos em 2 de novembro, coincidindo hoje em dia com as comemorações religiosas  do Dia de Todos os Santos e do Dia de Finados, no Brasil (1 e 2 de novembro, respectivamente), quando as famílias e amigos se reúnem para lembrar os familiares que já se foram, visitando igrejas e cemitérios. Consta que, na verdade, a festa original mexicana acontecia, de acordo com o calendário Maia, por volta do mês de agosto, mas os espanhóis incorporaram-no à festividade cristã de Finados, mudando a data.

No México, essa festa tem características muito diferentes, até difíceis de serem compreendidas por outras culturas. Para nós, parece uma espécie de Carnaval, com muitas fantasias de esqueletos, diabos, caveiras (o que também até chega a lembrar a comemoração de Halloween, de países de lingua inglesa, na noite entre 31 de outubro e 1 de novembro, mas com caráter um pouco diferente). Caveiras de açúcar e de chocolate fazem parte de altares mexicanos floridos com comidas e bebidas de oferendas aos que já morreram.  As pessoas passam a noite no cemitério, contando histórias de vida, de alegria, tocando música, comendo, bebendo e cantando, fazendo com que seus antepassados participem de suas vidas.

Nesta época, os mercados mexicanos ficam cheios de uma flor chamada cempasúchil, de cor laranja viva, a mesma já utilizada pelos Astecas, nesses rituais: dizem que representa os tons da terra e serve para guiar as almas para suas casas e seus altares.

Apesar de dominados pelos conquistadores espanhóis, que impuseram sua cultura, este antigo ritual de Día de Muertos, assim como alguns outros, manteve-se na cultura mexicana e é celebrado até hoje nas famílias, nos lares, onde muitas vezes se montam pequenos altares com uma caveira representando cada membro da família, flores, velas e doces.

 

referências:

http://diadelosmuertos.yaia.com/historia.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Day_of_the_Dead
http://www.inside-mexico.com/featuredead.htm