LUGARES DE MEMÓRIA E CULTURA NEGRA EM SÃO PAULO 9º ano vai ao centro

Segundo Emanoel Araújo, falecido artista e diretor do Museu Afro, o Brasil conseguiu ser indiferente aos danos causados a seus filhos negros, os negros nascidos aqui e os que vieram da África, que “deram talvez a mais generosa contribuição para a construção do Novo Mundo, alimentando o poder e o luxo dos escravocratas locais e extraindo o ouro e o diamante que faziam a riqueza do Velho Mundo. O mesmo ouro que expandia a prosperidade e o luxo que reluziam nos tempos de Dom João V e Pombal e transformavam Lisboa em sua fisionomia física e econômica, como antes o fizera o açúcar, desde o começo da colonização e, antes ainda, o comércio do pau-brasil, sob o peso da escravidão indígena.” 

Com o objetivo de ampliar um pouco mais o olhar sobre a presença negra em nossa cidade, no dia 13/06,  alunas e alunos do 9º ano foram conhecer lugares de memória da cultura negra em São Paulo e conversar sobre essa termática.
Saíram da escola em direção ao Largo do Paissandu, onde observaram a estátua Mãe Preta, de Júlio Guerra, e conversaram sobre a obra e a história do local, onde ocorrem as comemorações da libertação dos escravizados, no dia 13 de maio, e, do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Em seguida, visitaram a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, espaço de reunião de negros e escravos, no qual se celebravam ritos católicos mesclados com crenças de origem banto. De lá, partiram para a Igreja Nossa Senhora dos Aflitos (no bairro da Liberdade) e Santa Cruz das Almas dos Enforcados, onde discutiram o projeto de apagamento da memória negra na cidade.

O almoço foi na Ocupação 9 de julho, também local de grande importância na resistência contra a discriminação racial e em defesa do direito à moradia, um dos itens da Declaração dos Direitos Humanos. Depois do almoço, visitaram o Museu Afro, no Parque do Ibirapuera, cujo“acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira”.

Conhecer a origem e composição de nossa cultura, reconhecer a dívida que temos com setores da nossa sociedade que foram explorados, entender e atuar contra a discriminação racial constituem valores importantes na educação e formação cidadã.

Referências:
https://www.scielo.br/j/ea/a/s3SLN54h79fqBfHXDkbDMdv/?lang=pt