O Museu de Arte de São Paulo – MASP, é considerado o mais importante museu de arte ocidental do Hemisfério Sul.
O próprio edifício-sede do museu, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN desde 1969, é um ícone da cidade de São Paulo. A obra é de autoria de Lina Bo Bardi (Roma, 1914 –São Paulo, 1991), cujos 100 anos do nascimento foram comemorados em 2014, com várias homenagens.
Além de museu, o MASP é um centro cultural que proporciona diversas atividades ao público, como escola de arte, ateliês, espetáculos de dança, música e teatro, palestras e debates, cursos para professores, entre outras tantas atividades realizadas durante todo o ano.
Seu acervo possui cerca de 8.000 peças, contendo obras importantes da pintura ocidental, do século XIII aos dias de hoje, de artistas como Rafael, Mantegna e Botticceli – da escola italiana – e Delacroix, Renoir, Monet, Cèzanne, Picasso, Modigliani, Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Matisse e Chagall – da chamada Escola de Paris.
Além das escolas italiana e francesa, possui grande coleção de pinturas da escola portuguesa, espanhola e flamenga, além de artistas ingleses e latino-americanos, como Diego Rivera.
Artistas brasileiros importantíssimos estão também presentes na coleção: Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Almeida Junior.
Nas esculturas, destacam-se os mármores da deusa grega Higeia, do século IV a.C., e a coleção de 73 esculturas de Degas, que só podem ser vistas integralmente no MASP, no Metropolitan Museum de Nova York, ou no Museu D`Orsay, em Paris. Também destacam-se os bronzes de Rodin, as peças de Ernesto di Fiori e Victor Brecheret, entre outros.
Coleções de gravuras, fotografias, desenhos, arqueologia, maiólicas, tapeçaria e artes decorativas europeias, além de uma grande coleção de peças kitsch, também fazem parte do acervo do museu.
A convite do Museu d`Orsay, de Paris, o MASP integra o “Clube dos 19”, do qual participam apenas os museus que possuem os acervos de arte europeia mais representativos do século XIX, como o próprio d´Orsay; o Metropolitan Museum, de Nova York; The Art Institute of Chicago; o Museum of Fine Arts, de Boston; o Van Gogh Museum, de Amsterdã; a Kunstaus, de Zurique; o Hermitage, de St. Petersburg; a Galleria Nazionale d´Arte Moderna, de Roma, e a National Gallery e aTate Gallery, de Londres.
Em novembro de 2014, Adriano Pedrosa assumiu como diretor artístico da instituição e a primeira mostra – MASP em processo – promovida sob sua curadoria pretende revelar um museu que estava escondido do público. Segundo Pedrosa: “O redescobrimento ou arqueologia da arquitetura é um aspecto central da MASP em processo. Inaugurado em 1968, nosso edifício, de Lina, é o mais precioso e singular item de nosso acervo. Nos últimos anos, ele foi alterado para adaptar-se às demandas das exposições e dos fluxos. O MASP ganhou camadas de arquitetura temporária que se engessaram com o passar dos anos. Durante o MASP em processo, algumas camadas serão desnudadas com o objetivo de revelar as configurações originais dos espaços. Numa segunda etapa, outras áreas do museu serão revistas e reconsideradas”.
No primeiro andar, a MASP em processo exibe obras que não são expostas ao público com frequência, trazendo à luz e arejando acervos de diferentes épocas e territórios, mesclando cronologias e gêneros. A sala volta a ser ampla e livre de paredes internas. Não por acaso o emblema desse processo é a escultura Ar-cartilha do superlativo, de Rubens Gerchman.”
No subsolo, as paredes estão sendo retiradas, as vitrines por muito tempo escondidas voltam a ser reveladas, e todo o espaço ganhará nova luz. Pedrosa explica que pretende voltar à experiência descrita pelo arquiteto Marcelo Ferraz, que trabalhou com Lina: “Ao descermos ao subsolo, como em uma estação de metrô, em vez da escuridão, da falta de ar, encontramos a luz, cristalina, filtrada pelo verde das floreiras, e a vista livre sobre o vale.”
— É uma mostra experimental, um olhar para dentro de si próprio e, ao mesmo tempo, a busca por uma relação que não intimide o público. O Masp era uma instituição muito opaca, fechada, como são os museus de coleções clássicas. É interessante constatar que os princípios arquitetônicos do prédio são de transparência — diz o curador.
A volta dos icônicos cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi para expor a coleção permanente, no segundo andar, está programada para o segundo semestre de 2015.
Serviço
Até 12 de março
Masp
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista – São Paulo – SP – Tel.: (11) 3251 5644
• Horários: Terça a domingo: das 10h às 18h (bilheteria aberta até as 17h30). Quinta-feira: das 10h às 20h (bilheteria até as 19h30).
• Ingressos: R$ 25,00 (entrada) e R$ 12,00 (meia-entrada). O ingresso dá direito a visitar todas as exposições que estiverem em cartaz no dia da visita. Menores de 10 anos não pagam. Estudantes, professores e maiores de 60 anos e aposentados pagam R$ 12,00 (meia-entrada). Aceitamos todos os cartões de crédito. Vale Cultura é bem-vindo.
Referências:
http://masp.art.br/masp2010/exposicoes_integra.php?id=177&periodo_menu
http://masp.art.br/masp2010/sobre_masp_historico.php
http://vejasp.abril.com.br/atracao/masp-em-processo
http://oglobo.globo.com/cultura/exposicao-no-masp-ilustra-processo-de-transicao-14889231