OS BASTIDORES DA REFORMA DO MUSEU PAULISTA

Restaurado, renovado, ampliado, modernizado e reinaugurado recentemente, o Museu Paulista está dando o que falar.

Mais conhecido como Museu do Ipiranga, o prédio, inaugurado em 1890, tem passado por uma reforma total, com reparos em todos os detalhes da arquitetura, incluindo os 7.600 metros quadrados das fachadas, que, pela primeira vez em sua história, passaram por limpeza, decapagem, recuperação dos ornamentos, aplicação de argamassa, tratamento de trincas e pintura.

Além disso, ganhou sistemas modernos de segurança contra incêndio e novos ambientes, como espaço para exposições temporárias, um restaurante, criação de infraestrutura para food bikes, reativação da fonte central do jardim, restauro e modernização da iluminação pública e requalificação das vias de acesso, contemplando também equipamentos de acessibilidade.

Para conhecer mais e reservar seu ingresso, acesse:

https://museudoipiranga.org.br

 

Para sabermos um pouco mais dessa qualificada e essencial reforma/restauro, convidamos Heloisa Maringoni –  engenheira titular da Companhia de Projetos Ltda e responsável pelo projeto estrutural do Museu  –, que nos conta um dos tantos “causos” interessantes e desafiadores dos trabalhos.

 

Antes, de um lado tinha terra sob a rua; do outro, uma fonte e um jardim.

– E se a gente tirasse a terra, abrisse um salão enorme, com uma janela para o jardim?

– Bom, primeiro a gente precisa abrir a rua, tirar a terra até chegar ao muro, e abrir um buraco enorme que pode descalçar o prédio: isso faria com que ele tombasse para dentro do buraco.

– Então, vamos abrindo e segurando tudo com um muro novo, atirantado sob o prédio. O atirantamento é como um parafuso que fixa o muro no solo sob um edifício existente, usando seu próprio peso para impedir o escorregamento.

 

– Depois a gente faz uma fundação por baixo do muro, para segurar a estrutura que vai cobrir o salão e liberar o vão da janela.

 

 

– E faz uma viga enorme, com 25 metros de vão.

 

 

– Apoia nela uma laje em grelha, pra aliviar a carga; prende o pedaço do muro que não vai ser desmanchado e começa a abrir o vão da janela.

 

 

– Até que o rasgo fique todo aberto, e o jardim possa ser visto do salão.

 

 

– E o salão faça parte do jardim.”