“Café foi a maior riqueza do Brasil”
“São Paulo cresceu e tornou-se o estado mais rico do país graças à cafeicultura”
“O café está vinculado à transição da mão de obra escravizada para a assalariada e europeia, no final do século XIX”.
Essas e muitas outras falas foram apresentadas aos estudantes do sétimo ano do Ítaca, no dia 27/04, fora da sala de aula, fora do colégio e fora de São Paulo! Isso mesmo, nossos alunos e alunas foram até a cidade de Campinas, onde visitaram duas antigas fazendas que tiveram histórias iniciais semelhantes, mas trajetórias completamente distintas.
Na Fazenda Tozan, os estudantes tiveram uma aula sobre a história do café no mundo e no Brasil e descobriram os motivos de parte da região Sudeste ser propícia ao cultivo desse gênero agrícola, os lucros envolvidos na safra e na entressafra e a estrutura e processo de cultivo do produto. Experimentamos a fruta direto do pé e a infusão feita com os grãos colhidos na fazenda. Ao visitar diferentes espaços dessa localidade, estudamos questões sobre desigualdade social, exploração da mão de obra na zona rural e condições de vida e trabalho dos escravizados africanos e dos colonos europeus no século XIX.
A cerca de 40 minutos de distância da Tozan, está a fazenda Roseira, que hoje abriga uma Casa de Cultura de matriz africana. Fomos ali recebidos por Bianca, Flávia e Palmares, com um almoço delicioso, que nos alimentou em corpo e alma. Diferentemente da primeira fazenda, que ainda desenvolve atividades agrícolas, a Roseira é, hoje, um território de resistência, por estar localizada em uma região de forte especulação imobiliária: após longo processo de luta e briga por memória, a comunidade jongueira Dito Ribeiro recebeu a oportunidade de transformar a sede da fazenda em um espaço de cultura de matriz afro-brasileira. E uma trilha pelos espaços ali, ajudou a compreender sua trajetória histórica e conhecer sua fauna e flora, cheias de significados simbólicos, além de plantas medicinais e histórias da região.
Fechamos o dia com uma vivência de capoeira e de percussão, por meio da qual se pode sentir a sabedoria, a estética e a ética africanas trazidas ao Brasil nos porões dos navios negreiros e que ajudaram a construir nossa sociedade.
Um dia de experiências, informações e reflexões sobre nossa história, memória e cultura.